Fiscais do Tribunal de Contas do Estado (TCE) faziam uma inspeção na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e na Secretaria de Estado da Saúde. Eles querem mais detalhes sobre os contratos de compras da instituição, que enfrenta, desde o ano passado, uma grave crise financeira.
A Santa Casa está mergulhada numa dívida de R$ 773 milhões. Em julho de 2014, o hospital não tinha mais dinheiro para comprar remédios nem materiais. O pronto-socorro chegou a ficar 28 horas fechado.
Os pacientes foram os primeiros a sentir os efeitos da crise financeira da Santa Casa, que chegou a interromper o atendimento dos setores de urgências e emergências.
Um raio-x da folha de pagamento da Santa Casa, feito por uma auditoria contratada pelo governo do estado, mostra que 91% dos funcionários do hospital estão na faixa salarial mais baixa, de até R$ 5 mil. Segundo a auditoria, pesam nas despesas de pessoal os benefícios por tempo de casa, principalmente, porque há empregados de décadas no hospital.
Dispensar tanta gente também traria custos para a instituição. Pelos cálculos da auditoria, só para demitir os 225 funcionários já aposentados e que continuam trabalhando a Santa Casa, seria preciso gastar R$ 23 milhões.
Funcionários administrativos e médicos aguardavam ansiosos uma definição. Nos últimos cinco anos, o hospital aumentou o quadro de funcionários em 22% e, mesmo assim, os empregados têm trabalhado mais. A despesa com hora extra aumentou 349%, segundo o relatório da auditoria externa.
A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia chegou a cogitar o corte de 20% da folha de pagamento para equilibrar seu orçamento, demitindo 1,3 mil pessoas, mas voltou atrás. A instituição afirma que pretende fazer um novo estudo de readequação do quadro de funcionários.
Outra medida anunciada é a venda de imóveis. Serão colocados à venda, segundo a nota, os imóveis de propriedade da Irmandade que estão vagos. O dinheiro arrecadado será utilizado para reequilibrar as finanças da Santa Casa.
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